O potássio (K) é um dos responsáveis pelo ótimo crescimento das plantas, garantindo de 2 a 5% de matéria seca e é o elemento mais móvel entre o solo e a planta, além de ser o cátion mais disponível dentro das plantas.
O potássio é encontrado a partir dos minerais primários, como feldspato, biotita, muscovita. Sua absorção varia de acordo com as concentrações de Ca2+ e Mg2+. Outra fonte de potássio é a matéria orgânica, que durante o processo de mineralização disponibiliza potássio para o solo.
A maioria dos solos brasileiros possui baixo teor de K total, uma vez que os minerais primários e secundários que são mais ricos deste macronutriente tem baixa predominância. Os fatores que potencializam ou limitam a quantidade de de K nos solos variam de região e solo, como o teor de argila 2:1, matéria orgânica, capacidade de CTC.
A aplicação deste elemento nas plantas é feita, normalmente, no momento do plantio. Entretanto, quando a quantidade necessária é muito grande, é recomendado parcelar a adubação entre plantio e cobertura para não causar o efeito salino, que pode ‘’queimar’’ a semente e diminuir o pegamento das mudas.
A adubação potássica pode ser realizada no sulco de semeadura, a lanço em pré-semeadura e parcelada. A aplicação a lanço em pré-plantio é recomendada para solos de textura argilosa, com teores altos ou médios de K (teores acima de 1,5 mmolc dm-3 ou 0,15 cmolc dm-3).
O principal fertilizante potássico utilizado é o cloreto de potássio (KCl), o qual confere elevado efeito salino ocasionado pela maior tendência em aumentar a pressão osmótica da solução do solo, intensificando o risco de “queima” da semente ou raiz da planta. A aplicação de potássio na forma de KCl, no sulco de semeadura não deve ultrapassar doses de 50 kg ha-1 de K2O visando diminuir os riscos do efeito salino.
O potássio é um nutriente móvel no solo e o KCl um fertilizante de alta solubilidade, essas duas características favorecem sua aplicação parcelada. A divisão das doses de potássio ao longo do desenvolvimento da cultura é indicada em detrimento do efeito salino causado pelo KCl e por ser lixiviado principalmente em solos arenosos. Em solos de Cerrado, a lixiviação de K é de aproximadamente 40%.
As doses recomendadas dependem de resultados de análise de solo, a partir de dados do quanto a cultura conseguiu reter na biomassa dos grãos, como por exemplo:

O Potássio desempenha diversas funções no desenvolvimento das plantas, como:
- Translocação de açúcares e ácidos orgânicos para outros órgãos da planta;
- Amadurecimento de grãos;
- Fechamento de estômatos;
- Manutenção do ph nos cloroplastos;
- Capacidade fotossintética;
- Acúmulo de amido em culturas como banana, tomate, batata e cebola
- Qualidade de produtos;
- Tolerância ao frio – faz com que a água dentro das plantas não congele e mantenha-se hidratada;
- Incremento na nodulação das leguminosas;
- Incremento no teor de proteína, de amido nos grãos e tubérculos, coloração dos frutos;
- Aumento no teor de vitamina C;
- Amenização de estresses bióticos e abióticos.
O potássio é também responsável pela resistência a doenças de algumas plantas, como:

A deficiência do potássio pode ser facilmente notada em folhas velhas da planta, pois como é um nutriente móvel ele migra para as partes mais novas da planta. A clorose seguida de necrose nas pontas e margens das folhas é comum, podendo ocorrer queda prematura, como ocorre na soja.
Outros sintomas que podem ser notados são o crescimento baixo e sistema radicular comprometido, além do acúmulo de carboidratos solúveis, queda do nível de amido, acamamento das plantas, atraso da floração, redução do crescimento dos frutos, entre outros. O excesso do potássio acontece raramente, mas quando acontece afeta a absorção dos demais nutrientes.
As plantas que mais sofrem com a deficiência do potássio são: cana de açúcar, milho, arroz, soja, café, feijão, citrus, algodão, trigo, banana e forrageiras, e a principal forma de diagnóstico precoce é através da análise de macronutrientes do tecido foliar.
O gerenciamento correto da adubação pode trazer maior qualidade aos produtos e consequentemente, melhor lucratividade. Dessa forma, a escolha da melhor fonte de potássio para a sua cultura envolve as características específicas da planta e disponibilidade desse nutriente no solo através de interpretações de análise foliar e solo, usando técnicas como calagem que neutraliza alumínio e manganês e otimizam a eficiência do potássio.