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Agricultura de baixa emissão de carbono

Responsável por um quarto das emissões de gases de efeito estufa no Brasil são causados pela agropecuária, e a forma como o solo é manejado afeta diretamente 

Os recentes aumentos nas concentrações de gases que causam retenção de calor na atmosfera têm causado grande aquecimento na superfície terrestre. O aquecimento global gera consequências diretamente na agricultura e pecuária, que são dependentes das condições climáticas, como luz, temperatura, umidade, precipitação, ventos, gases atmosféricos e pressão atmosférica.

As mudanças climáticas podem alterar a geografia da produção agrícola no Brasil e no mundo, afetando a produção de grãos. O setor agropecuário deve então aumentar ao máximo as remoções dos gases de efeito estufa em biomassa e solo, e contribuir para a resiliência dos sistemas produtivos e promover a sustentabilidade no campo.

A redução da queima de combustíveis fósseis, diminuição de queimadas, desmatamentos e manejo adequado do solo para remover CO2 são chamados de ‘’Sequestro de Carbono’’. Durante esse processo, o gás carbônico é capturado pelas plantas e transformado na fotossíntese em carboidratos e oxigênio.

O Sistema de Plantio Direto (SPD), por exemplo, gera o acúmulo de matéria orgânica do solo e apresenta grande potencial para remoção de CO2, em que a palha e os restos orgânicos protegem o solo e reduzem a perda de água. Assim, é possível manter a umidade, acumular carbono, aumentar a produtividade da lavoura e diminuir despesas com maquinário e combustível.

O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura é um dos planos que visam mitigar as emissões dos gases de efeito estufa, chamado Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) foi criado em 2010 e se trata de um conjunto de ações que promovem a ampliação da adoção de tecnologias agropecuárias sustentáveis, como Recuperação de Pastagens Degradadas, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Sistema de Plantio Direto, Fixação Biológica de Nitrogênio, Florestas Plantadas e Tratamento de Dejetos de Animais.

Apesar de ser urgente e necessário a adoção dessas medidas, o sistema de monitoramento e fiscalização do Plano ABC apresenta fragilidades, como falta de dados para o apuramento das metas do programa, pequena parcela de crédito concedida para as práticas de baixo carbono, além da falta de outros mecanismos financeiros, como seguro rural, instrumentos de gerenciamento de risco, além da falta de adesão dos agricultores.

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