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APLICAÇÃO DE PRODUTOS DE SENSORIAMENTO REMOTO ASSOCIADOS AO NDVI

Uma metodologia bastante utilizada na elaboração de mapas de uso e ocupação do solo é a classificação digital de imagens de sensoriamento remoto.

O Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), assim como os produtos de sensoriamento remoto tem sido bastante aplicados em sistemas de monitoramento ambiental. Desta forma, foi realizado um estudo para avaliar a aplicabilidade do NDVI associado a produtos de sensoriamento remoto no monitoramento ambiental e de recursos hídricos em áreas semiáridas.

Segundo Cunha et al. (2012), o uso do NDVI possibilita diagnosticar alterações antrópicas e naturais na paisagem, e orientar políticas de reversão em quadro de degradação ambiental, o que torna essas variáveis úteis no estabelecimento de uso e ocupação sustentável do solo.

A área de estudo compreende o entorno do reservatório Dourado,  situado no município de Currais Novos, região semiárida do estado do Rio Grande do Norte. 

As características da área de interesse são:

  • Precipitação média anual é de 476 mm
  • Heterogeneidade no uso e ocupação do solo, que vai desde vegetação nativa até pequenos lotes de pecuária e agricultura
  • Solo raso e pouco desenvolvido, marcado por afloramentos rochoso
  • Vegetação Caatinga subdesértica do Seridó, a mais seca do estado

Para o cálculo do NDVI foram utilizadas cinco imagens geradas pelo sensor TM (Thematic Mapper) do satélite Landsat-5, com cobertura da órbita/ponto 215/64.

As etapas do processamento do NDVI foram divididas em três para permitir a verificação e quantificar as áreas do contexto em estudo, mostrando a aplicabilidade dessa técnica como ferramenta para auxiliar em sistemas de gestão e monitoramento ambiental e de recursos hídricos.

  • Etapa 1 – Calibração Radiométrica
  • Etapa 2 – Reflectância Planetária
  • Etapa 3 – Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) 

A determinação da extensão das áreas das diferentes classes mapeadas obtidas foi feita a partir do Cálculo de Área e foi realizada a avaliação das mudanças de uso do solo, a partir do percentual de ocupação de área, no qual a classificação da cobertura do solo permitiu calcular os valores das áreas de cada classe.

Os resultados expressaram claramente o comportamento espectral do uso do solo, presenciando as alterações do espelho d’água do corpo hídrico, além das modificações da cobertura vegetal de Caatinga, as quais perdem biomassa como mecanismo fisiológico de defesa a períodos secos, causando uma maior exposição do solo à incidência de radiação, tornando-o mais susceptível a degradação natural, em especial, a desertificação.

Portanto, o NDVI pode ser utilizado como indicador de mudanças da superfície do solo, proporcionando respostas espectrais as quais podem ser utilizadas para diversos fins, tais como: 

  • Monitoramento ambiental com a identificação da evolução de áreas de solo exposto (desertificação); 
  • Uso agrícola, subsidiando o planejamento de áreas irrigadas; 
  • Gerenciamento hidrológico fornecendo informações no manejo da água, e etc.

 Assim, a aplicação do índice de vegetação com a utilização de produtos de sensoriamento remoto apresentou se como excelente ferramenta no auxílio do manejo do uso da terra (vegetação nativa e corpos hídricos), servindo como ferramenta auxiliar para sistemas de monitoramento ambiental e de recursos hídricos e atuando de forma rápida e prática, sendo aplicável principalmente em casos de recuperação de áreas nativas degradadas.

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