O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, tendo destaque na produção de soja e de milho. Apesar dos números positivos em relação a produtividade e área plantada, o país também possui alguns pontos que merecem atenção, como as perdas pós-colheita.
As perdas pós-colheitas são consideradas aquelas que ocorrem durante o transporte, pré-processamento, armazenamento, processamento, embalagem, comercialização.

Um dos pontos críticos, em relação as perdas pós-colheita, é no armazenamento de grãos. As perdas relacionadas ao armazenamento de grãos são afetadas por vários fatores, incluindo perdas diretas e indiretas.
As perdas diretas estão relacionadas à perda física dos grãos, e as indiretas ocorrem devido à perda de qualidade.
As perdas de armazenamento podem ser classificadas em fatores bióticos (insetos, pragas, roedores, fungos) e fatores abióticos (temperatura, umidade, chuva).
As perdas de grãos no armazenamento representam 10 a 20% dos produtos armazenados.
Os métodos de armazenamento e manejo devem minimizar as perdas. Antes do armazenamento, o grão deve ser limpo e os contaminantes (poeira, insetos, palha, palha, sementes de ervas daninhas, etc.) removidos.
Além disso, o teste de toxinas é obrigatório antes do armazenamento e os grãos de baixo, médio e alto nível de contaminação devem ser armazenados separadamente uns dos outros.
Fatores fisiológicos críticos (teor de umidade e temperatura) afetam a capacidade de armazenamento das culturas porque o alto teor de umidade e calor causam problemas como fungos e insetos, portanto, a temperatura da umidade e o controle de CO2 são altamente importantes.
Se tratando especificamente do Brasil, o Valor Bruto da Produção Agrícola relacionado à cadeia brasileira de grãos no ano de 2021 atingiu R$ 1,129 trilhão, 10,1% acima do valor alcançado em 2020.
Perdas nesta cadeia, mesmo em percentuais baixos, podem custar valores financeiros significativos ao agro nacional.
A capacidade total de armazenamento de produtos agrícolas em um país deve ser aproximadamente 20% maior do que a sua produção.
No Brasil, na safra de 2018/19, esse percentual alcançou apenas 70,2% da produção brasileira de grãos e na safra subsequente, 2019/20, representou 67%. Esses números representam um claro déficit do potencial de armazenamento dos grãos produzidos no Brasil. (PDF)

Outro ponto relevante, além da defasagem em relação a capacidade de armazenagem é a distribuição inadequada dos armazéns. Em 2020, apenas 15,7% da capacidade estática ocorria a nível de fazenda.
A falta de armazéns nas propriedades reduz o poder de decisão do agricultor em relação ao momento de comercializar seu produto. Além disso, aumenta os riscos de deterioração do produto quando deixado exposto as intempéries.
As informações desta matéria foram retiradas do artigo “Losses in the Grain Supply Chain: Causes and Solutions“ e do livro “Perdas em transporte e armazenagem
de grãos: panorama atual e perspectivas“
